sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Antídoto contra eleitores desmotivados


Está no site do Espaço Cultural CPFL o podcast com o áudio da entrevista que concedi a eles, em agosto, na ocasião dos encontros em torno do tema Política para que te quero?”, integrante da série Invenção do Contemporâneo de 2009

Qual o papel da política em nossa vida? Ainda precisamos dela para o convívio em sociedade? Em tempos de crise no senado, o que podemos esperar dos políticos e das instituições políticas?

A entrevista explora a idéia de que o Brasil hoje não se interessa pelo assunto muito por causa do comportamento de seus governantes. Mas não somente por isso. O modo de vida atual está dissociando a política do cotidiano das pessoas, que não conseguem ser suficientemente envolvidas por ela. Há uma crise de convicção na utilidade da política. Porém, apesar disso, e paradoxalmente, a política ainda segue sendo o melhor antídoto para a construção de sociedades integradas e mais igualitárias. Se os cidadãos estão apáticos, “política neles".

A entrevista também toca na questão da influência da internet nas disputas eleitorais. Ainda que muita coisa possa mudar com a utilização das tecnologias digitais nas campanhas, o fator decisivo ainda segue sendo outro. "As eleições continuam sendo vencidas por dinheiro, marketing e relações".

O podcast da entrevista pode ser acessado e baixado aqui.

3 comentários:

André Henrique disse...

Professor,

Eles disponibilizam o vídeo no site? Poderia ser colocada no site do laboratório de política do professor Milton!

Sou a favor do voto obrigatório. É uma maneira de ligar o cidadão a política. É claro que participação política deve ir além disso. Mas tornar o voto facultativo é muito arriscado, tendo em vista que a sociedade brasileira é heterogênea e há regiões onde as pessoas estão muito vulneráveis a cooptação de lideranças políticas regionais. Concordo com a parte que o professor disse que, caso o voto fosse facultativo, aumentaria a compra de votos. Uma pessoa que come mal o ano todo, em troca de um voto, um churrasco é uma fortuna!

Parabéns pela entrevista!

Marmota disse...

Bom dia professor,
Meu nome é Matheus Acosta sou aluno da UFSC no curso de Ciências Sociais, neste mês vou apresentar um seminário sobre o capítulo 5° do seu livro " Em defesa da politica ", escrevo este e-mail pois gostaria, se possível, que o senhor fizesse algumas considerações a respeito deste capítulo ou mesmo do livro. Se pudesse o senhor escrever algo a nós estudantes das humanas, um incentivo a nossa formação, seria de muita felicidade para nós, pois nosso mestre de ciência política, o prof° Remy Fontana fala-nos muito bem do senhor.

Um enorme abraço e muito obrigado pela bela obra que é este livro.

Blog do Marco Aurélio Nogueira disse...

Matheus:
muito obrigado pelo contato.
O melhor que eu posso fazer, nesse momento, é remeter você e seus colegas para a entrevista que dei ao jornal A Gazeta, do Espírito Santo, publicada hoje. Vou reproduzi-la daqui a pouco no blog.
Os intelectuais, como eu os imagino, são pessoas que lidam com idéias e têm idéias. Somente uma parte delas é aproveitável. Um papel importante que desempenham é o da difusão dessas idéias que são aproveitáveis e ajudam as pessoas a entenderem o mundo em que vivem. Desde 2001, quando saiu a primeira edição do Em Defesa da Política, tenho feito isso. E para mim é motivo de alegria e orgulho ver que pessoas como você e seus colegas encontram motivos de reflexão no livro. Acho que escrevi o livro pensando nos jovens. Muitos capítulos dele nasceram nas aulas que então eu dava nos primeiros anos do curso de ciências sociais. Devo muito, portanto, aos estudantes que seguiram aquelas aulas. Assim como devo, e continuarei a dever, a estudantes como vocês da UFSC, que com manifestações como a tua me incentivam a prosseguir.
Há uma idéia persistente no livro: a política é um método para se construir o futuro -- ou seja, para se fazer do futuro algo mais próximo das necessidades e expectativas das pessoas e das comunidades. Os jovens são o futuro, e por isso muito deve ser depositado na preparação, na formação intelectual deles.
Boa sorte no seminário, e se der me conte depois qual foi o resultado.