domingo, 13 de setembro de 2009

Jornalismo em tempos de internet

Circula na internet um manifesto alemão sobre o jornalismo atual.

Vale a pena lê-lo. Num tempo de informação exacerbada, produzida por múltiplas fontes, como o nosso, toda reflexão programática sobre o “que fazer” na área ajuda bastante.

O jornalismo está hoje fortemente convidado a se ajustar, seja às novas tecnologias – que mudam o modo de escrever, editar, imprimir e pensar – seja às expectativas dos leitores. A internet, nesse particular, opera com a força de uma revolução, pois altera os parâmetros e os circuitos da comunicação, especialmente porque “subverte” as tradicionais relações entre quem escreve e quem consome o que é escrito. De repente, todos se tornam jornalistas potenciais, ainda que não exerçam a profissão.

Esse é um fato que, no mínimo, serve para que pensemos um pouco sobre o diploma que até dias atrás era exigido no Brasil de quem quisesse trabalhar numa redação. É bobagem achar que não se precisa mais de jornalistas ou que os cursos superiores de jornalismo ficaram sem sentido. Mas é inegável que entramos numa era em que será preciso ser jornalista de outra maneira, com uma formação bem mais forte antes de tudo.

A principal linha de argumentação do manifesto parte da idéia de que “os mediatêm de adaptar seus métodos de trabalho à realidade tecnológica atual, em vez de a ignorarem ou desafiarem”. Isso significaria, entre muitas outras coisas, inventar novos produtos e métodos jornalísticos, além de ampliar a incorporação das formas básicas de comunicação: "ouvir e responder, também conhecido como diálogo".

Sigam o link e pensem no assunto.

Um comentário:

André Henrique disse...

A própria relação entre os jornalistas e os leitores mudou com o advento da internet de massa. E a tendência é esse movimento revolucionário aumentar com a expansão do uso da internet banda-larga.
Blogs que eram meros diários de adolescentes tornaram-se a febre da informação. Hoje, todos os grandes veículos de comunicação abrigam em seus canais virtuais blogs com colunistas opinando sobre os mais diversos assuntos.
Os leitores da geração wikipedia - como foi descrito no manifesto - tornaram-se grandes colaboradores dos jornalistas e homens de mídia, fazendo correções e informando coisas que outrora os jornalistas desconheciam. Feliz do jornalista e veículo de informação que está se adaptando a essa nova realidade, quem ignorá-la, ficará para trás.

É como o professor disse agora e já havia dito em sala de aula: “todos, podem ser mídia”. Todos podem: informar, opinar, mesmo que não exercendo a profissão de jornalista. De uma forma ou de outra influímos de alguma maneira no meio. Embora, poucos se arrisquem a abrir blogs, porque toma tempo e, para muitos, é desconfortável expor seus pontos de vista para uma comunidade aberta. Mas, no limite, ao menos como leitor o sujeito participa. Quando não quer se expor, aparece como anônimo ou forja um nome etc. Há poucos limites para participação na internet.

Permita-me dar um depoimento particular. No meu blog, já recebi e-mails de jornalistas, de uma advogada e de blogueiros de outros Estados. Eles me descobrem nas áreas de comentários dos blogs de política ou no twitter e mandam mensagens criticando ou elogiando minhas posições, ou algum texto do meu blog etc. Isso, sem dúvida, dá muita satisfação. Abri o blog com a simples intenção de melhorar a escrita e a sistematização de idéias, mas com o decorrer do tempo aconteceram essas coisas, (algumas desagradáveis tb). Atualmente, mantenho, quando possível, permanente debate com um professor, um jornalista e um acadêmico em direito, todos de Alagoas.

Surgem redes de debate e fóruns sobre diversos assuntos. Não acredito que a internet será a àgora dos tempos atuais, mas isso não elimina o fato de que, a internet está gerando - e já gerou - uma revolução na informação.