Independentemente do que dizem os teóricos – sociólogos, filósofos, antropólogos, psicólogos –, e contra todos os vetos e resistências de certa cultura de esquerda, a moda afirma-se sempre mais como um importante indicador social. Através dela, pode-se saber muito sobre o modo de vida, as estruturas sociais, os valores e os comportamentos, bem sobre as opções e a disponibilidade política das pessoas, os estilos de participação e contestação. Pode-se compreender melhor os hiatos e as distâncias sociais, tanto quanto a capacidade que todos têm de criar tipos, definir perfis e inventar.
Moda não é somente mercado e consumo: também é cultura, especialmente em uma época como a nossa, em que o mundo se abre e se conecta, e afirmação de identidades e luta por reconhecimento passam a fazer parte da agenda cotidiana de todos. Deste ponto de vista, a moda tem uma dimensão política interessante, que vale a pena considerar.
A jovem, dinâmica e criativa jornalista paulistana Laura Artigas mantém no ar, desde 2006, o blogue Moda Pra ler, que nos ajuda a entender a moda e o que mais esteja com ela relacionado. Dêem uma olhada: http://www.modapraler.blogspot.com/
Porque a política democrática administra o presente mas retira sua poesia da construção consciente do futuro.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Moda também é cultura
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5 comentários:
A moda é um objeto de estudo com várias facetas sociais a ser exploradas. Menosprezá-la, além de preconceito é demonstração de despreparo intelectual.
Na época da ditadura a estilista Zuzu Angel utilizou-se da moda para protestar pelo seu filho desaparecido e contra o autoritarismo militar. Naquele tempo a moda foi a voz que ecoou a muitos o drama que o Brasil vivia.
A moda tem muito a dizer, é uma forma de linguagem, cultura. Está no imaginário de muitos jovens, como arte, mecanismo de ascensão social e afirmativa de vaidade.
Podemos não gostar, mas devemos ouvi-la, saber o que ela tem a dizer nos tempos pós-modernos.
OI Marco! obrigada pelo post! adorei. beijos
Incluir o blog de/sobre moda e cultura no cardápio de reflexões sobre história e política (como é o seu) é situá-lo no universo de nossa sociedade, cada vez mais marcada pela complexa diversidade de conhecimentos, na qual novos e velhos paradigmas habitam e interferem em nossos cotidianos.
Errefê.
isto tudo tem a ver com Gramsci, não tem, Marco?
Porque a produção cultural sempre reflete o tal do "momento histórico", a tal da "dinâmica sócio-cultural", não é isso? E, ao mesmo tempo, interfere e até infulencia o tal momento.
O que me preocupa é: quando refletir sobre a moda deixa de ser moda e passa a ser ação social, isto é, caramba. me perdi.
Grande Sizenando:
tem a ver com Gramsci, claro, e com senso de realidade: ou será que se pode simplesmente virar a cabeça para aquilo que move as pessoas, achando que tudo não passa de manipulação do capital? Ou seja, vc está certíssimo.
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