Setenta anos depois de sua morte, Gramsci persiste como grande interlocutor da esquerda. Ao lado da valorização da cultura, da política e da sociedade civil, seus Cadernos do cárcere repuseram a questão do Estado como eixo de qualquer movimento político dedicado a influir nos embates de hegemonia e na proposição de novos projetos para a sociedade. Para ele, reforma e revolução são termos que se interpenetram e se complementam. E aqueles que se põem desta perspectiva se caracterizam, não pelo respeito canônico a princípios abstratos, frases e pensamentos cristalizados no tempo, mas por uma interação ativa e criativa com a realidade.Na entrevista que concedi à Revista IHU Online (Edição 231, Agosto de 2007), vinculada ao Instituto Humanitas Unisinos, discuto, entre outras coisas, a idéia de que os movimentos e partidos que continuarem a imaginar a sociedade atual como se fosse a "mesma sociedade de classes claramente definidas e posicionadas umas contra as outras, como na época de Gramsci, não terão condições de exercer funções positivas de direção política e cultural”.
Porque a política democrática administra o presente mas retira sua poesia da construção consciente do futuro.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Entrevista: Gramsci, esquerda, democracia
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário