tag:blogger.com,1999:blog-3504441627370191032.post1599217539126297349..comments2023-10-30T06:28:06.475-03:00Comments on Possibilidades da política: Partidos e homens partidosBlog do Marco Aurélio Nogueirahttp://www.blogger.com/profile/04021045491027603899noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-3504441627370191032.post-6883062606312156452008-07-01T13:52:00.000-03:002008-07-01T13:52:00.000-03:00A questão, Sizenando, é descobrir como fazer para ...A questão, Sizenando, é descobrir como fazer para que as coisas aconteçam. Não sei se os partidos são "coisas do passado", mas sei que no passado eles cumpriram uma função. Agora, talvez estejam sem eixo,ou talvez o modo de vida não os sustente mais. As coisas, no entanto, continuam a acontecer, e teremos de descobrir o melhor modo de dar direção a elas. Concordo com vc que não será via ONGs, ou exclusivamente via elas. Elas podem ajudar ou atrapalhar, depende. É um questão em aberto, um desafio.Blog do Marco Aurélio Nogueirahttps://www.blogger.com/profile/04021045491027603899noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3504441627370191032.post-30558902625978636502008-06-30T21:08:00.000-03:002008-06-30T21:08:00.000-03:00Sim, é isso. Hoje ponto programático é confundido ...Sim, é isso. Hoje ponto programático é confundido com anotação de idéia durante "brainstorm" de agência de propaganda que acabou de ganhar uma "conta" de ong poderosa.<BR/>Vivemos um período de profusão de ongs onde está estabelecido que partidos (isto é, organização sob uma determinada referência ideológica)é coisa do passado. Não estou inventado, isso está documentado nesse filme publicitário de aparelho de barbear com grandes jogadores de futebol que tá rodando na tv. Nele aparece nosso orgulho nacional, o Kaká, dizendo que não pensa no passado, o passado é história, e que só pensa no "dia de hoje".<BR/>estamos todos partidos em vários sentidos. Estou convencido de que idealizo o papel do conhecimento histórico, fico perplexo diante do cenário político partidário em que todos os partidos me parecem estar se comportando da mesma maneira. Sim, são partidos "sem vertebração programática. São partidos voltados para o poder, e mais nada."<BR/>A única coisa que me ocorre, diferentemente do sr. Kakà (um jovem que provavelmente nem sabe o que diz, só diz conforme mandam), é que não tenho nenhuma vontade de entrar pro Greenpeace.Sizenandohttps://www.blogger.com/profile/07145831518643619306noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3504441627370191032.post-48809929797332256882008-06-30T11:07:00.000-03:002008-06-30T11:07:00.000-03:00Caro Sizenando:agradeço muito o comentário, que é ...Caro Sizenando:<BR/>agradeço muito o comentário, que é uma excelente ilustração para o artigo. Vc foi na veia, agregando ao discurso abstrato uma dose fascinante de vida prática. Vemos coisas assim acontecerem no dia-a-dia, desde sempre, mas com furor incontido nos dias atuais, em que os partidos perderam parte de sua aura substantiva e se entregaram sem culpa aos jogos de poder. Foi essa a idéia do artigo. Refletir sobre esta entrega, o custo que ela tem.<BR/>Acho que assino embaixo da tua última frase: "não estou certo de que nosso tempo não seja de partidos". Mas sob uma condição: nosso tempo é de partidos partidos e sem vertebração programática. São partidos voltados para o poder, e mais nada.<BR/>Será isso?Blog do Marco Aurélio Nogueirahttps://www.blogger.com/profile/04021045491027603899noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3504441627370191032.post-84833704173550958432008-06-29T13:55:00.000-03:002008-06-29T13:55:00.000-03:00“ O problema não é, portanto, de viabilidade eleit...“ O problema não é, portanto, de viabilidade eleitoral ou sobrevivência fisiológica, mas de razão de existir. Nosso tempo é certamente de homens partidos, mas talvez não seja mais um tempo de partido. É difícil tomar partido hoje em dia, ainda que seja fácil se indignar. E há algo na estrutura da vida atual que rouba condições de possibilidade aos partidos políticos. Eles vagam meio sem rumo, como mortos-vivos, no cenário contemporâneo. ”<BR/>Marco, você falou em paixão cívica em seu texto, que é o que cutuca um indivíduo a entrar em embates políticos, associar-se a grupos ou partidos, e participar consciente e ativamente da vida social. Mas há coisas que conseguem esvaziar essa tal paixão: a luta pela sobrevivência, por exemplo, que aliena o indivíduo, desestimula sua visão mais ampla, sua relação com o coletivo e que, amiudando sua personalidade, afoga-o no individualismo, na visão concentrada do dia a dia e nas coisas do curto prazo – o que, fechando o círculo, dificulta mais e mais sua luta pela sobrevivência.<BR/><BR/>Lembro de uma reunião, ainda ilegal, do comitê municipal do pcb - hoje pps. eu continuo achando ruim a mudança do nome - pelos dias de agora, seria chamado de mau marketing, mas este não é o assunto.<BR/>Na tal reunião, aqui em São Paulo, discutia-se a reorganização da direção no Estado de SP, os ânimos acirrados, a idéia de democracia interna estava em discussão entre outros temas. eu representava uma base de bairro (ou célula? não lembro) morava então na região do Cambuci, eu era o "secretário político". fiz uma proposta de nomes - a serem votados, claro - uma proposta de chapa para dirigir o Partido no âmbito municipal, tendo em vista a futura reorganização nacional do Partido. ok.<BR/>Sim, apresentei meu nome, aliás, codinome a despeito da maioria do pessoal presente saber meu nome (rs) compondo uma lista estilo "panos quentes". explico: eu apresentei uma espécie de colcha de retalhos com elementos que representavam, digamos, a idéia de "democracia radical" e nomes vinculados ao que seria "tradicional" dentro do PCB.<BR/>Quase todos os nomes que apresentei foram aprovados e, entre os excluídos, lá estava eu. eu mesmo, autor da proposta "conciliadora" de grupos que, a meu ver na época, não eram assim tão divergentes – mas, sim, eram divergentes.<BR/>Terminada a conferência, desculpo-me por não lembrar a data exata, meados dos 80, peguei carona com antigo conhecido pra volta ao lar. no trajeto ele explicou que não votou em mim (e eu não havia perguntado nada) porque alguém “da direção” informou que “o companheiro tem pouco tempo de partido, só três meses”. O mais educadamente possível expliquei que na verdade eu já estava no Partido coisa de três anos. Terminamos o restante do percurso em silêncio.<BR/><BR/>Não, não espero que um partido político funcione como um divã psicanalítico. Mas se um partido político não presta atenção em seus militantes (sim, é possível um partido político ligar-se a “questões singulares”, através, claro, de suas instâncias “intermediárias”) será que, de fato, esse partido é capaz de enxergar com a máxima clareza possível a sociedade que ele pretende servir e organizar?<BR/><BR/>Acho que a historinha vale ainda pros dias de hoje. Os partidos políticos não sabem o que fazer com suas histórias – talvez a história não sirva pra nada, não sei – e como lidar com os problemas que vem deixando de lado, sistematicamente, em nome de alianças, de conjunturas e de outros quetais de médio e curto prazos.<BR/><BR/>Faz tempo que vivemos tempos de homens partidos. Mas não estou certo de que nosso tempo não seja de partidos.Sizenandohttps://www.blogger.com/profile/07145831518643619306noreply@blogger.com