As ruas e a democracia. Ensaios sobre o Brasil contemporâneo. Brasília: FAP; Rio de Janeiro: Contraponto. ISBN: 978-85-89216-44-9 • 2013 • 228p. • R$ 30,00.Prefaciado por Renato Janine Ribeiro, com as abas da capa assinadas por Luiz Werneck Vianna e a contracapa por Luiz Eduardo Soares, As ruas e a democracia reúne ensaios escritos ao sabor dos acontecimentos que marcaram os dois últimos anos e pretende refletir sobre a crise política que se agudizou no Brasil depois dos protestos de junho de 2013.As ruas de junho surpreenderam, mas as razões de sua efervescência estão entranhadas na estrutura das sociedades contemporâneas, inscritas na realidade do capitalismo globalizado, na história nacional e na conjuntura política, expressando a força desconstrutora e reorganizadora do processo de radicalização da modernidade capitalista.A principal hipótese do livro é que o Brasil conheceu em junho a face mais visível de uma crise da política que vinha de longe, que trocara sua manifestação explícita por uma latência recorrente que aos poucos foi corroendo a representação política e pondo em xeque a legitimidade dos governos. O sistema político em sentido estrito surge nela como a ponta de um iceberg, o protagonista que sintetiza o que há de perverso no todo. Questionou-se o sistema vivo, aquele que se mostra na conduta dos políticos, dos partidos e dos governantes, na falta de ideias generosas com que dar um sentido de futuro à sociedade, na facilidade com que se permite o enriquecimento de certos atores e a disseminação de ilícitos de todo tipo. Não se recusou o sistema escrito, constitucionalizado, nem a democracia política como tal, mas o que funciona (ou não funciona) de fato.Em junho de 2013, a hipermodernidade se anunciou com força na política. Trouxe consigo uma nova politicidade, à margem de partidos e organizações e repleta de tendências “niilistas” pré-políticas. Não faz sentido romantizar os protestos, vê-los como sendo o anúncio de uma democracia revitalizada. As vozes da revolta verbalizaram demandas reais, disseram muitas coisas, mas não forneceram soluções. Despertaram consciências e tiraram a política da letargia, mas não anunciaram uma revolução. É impossível saber se continuarão mobilizadas, mas pode-se dizer que é improvável que cheguem muito longe, a ponto de impor mudanças substantivas. Mesmo assim, seu efeito positivo não pode ser desprezado. Depois de junho, a vida política não será mais a mesma, ainda que demore a mudar.O SUMÁRIOAlém da apresentação, o livro contém 6 capítulos:1. Brasil, junho 2013: as vozes das ruas e os limites da política.2. Depois de junho. Sobre as respostas governamentais.3. Voo panorâmico sobre o governo Dilma.4. Crise e reforma política.5. Mídia, democracia e hipermodernidade.6. A corrupção que não sai de cena.
Porque a política democrática administra o presente mas retira sua poesia da construção consciente do futuro.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
As ruas e a democracia
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5 comentários:
Parabéns!Desejo-te muito sucesso. Já li o livro, que ganhei de um livreiro que o comprou pelo site, e gostei muito. Não poderia deixar de lhe desejar sucesso com a publicação e no debate, na quarta. Adorei a nova foto do perfil. Está lindo e charmoso de blazer. Abs., Janice Placeres
Parabéns!Desejo-te muito sucesso. Já li o livro, que ganhei de um livreiro que o comprou pelo site, e gostei muito. Não poderia deixar de lhe desejar sucesso com a publicação e no debate, na quarta. Adorei a nova foto do perfil. Está lindo e charmoso de blazer. Abs., Janice Placeres
Muito obrigado, Janice. Pelos votos e pela generosidade.
Nada de generosidade, meu querido. É a realidade. Aceite-a! Sucesso, meu eterno professor. Você o merece. Brilhe no debate, arrebatando a todas e todos. Você sabe que adoro te ouvir em debates, gostaria de ir, mas, estamos com um processo de seleção de pós-doutorado. Abs., Janice Placeres
Sei que entrará numa maratona, irá de cidade a cidade, debatendo seu livro. Então, cuide-se. Sobre o texto nas abas do livro, que acabei ler no blog, gostei demais. Acho lindo esse seu lado humilde e sincero de agradecer aos amigos, esse agradecimento fraternal, como disse. Mas, mestre, creio que quando se escreve um livro, por todos seus resquícios se filtram as expectativas vividas. Por isso, meu querido, o agradecimento maior é para a VIDA, que lhe permitiu escrevê-lo. E você é a própria vida. Você pulsa emoções, seu FB, tinha dia, que era uma festa, uma celebração à vida. Tenho certeza que continua assim. Estive em Araraquara, no Campus ... foi ótimo! Quantas recordações ...
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